quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Aquele que "jamais".

Eu vi ele a primeira vez numa festa! Ele tava afastado de todo mundo, sentado, com uma lata na mão só observando as pessoas. Eu nunca tinha reparado nele. E, nessa noite, eu reparei.
Eu estava alegremente alcoolizada e divertida e a primeira coisa que pensei quando vi ele foi "eu jamais ficaria com esse cara". Eu costumo analisar as possibilidades quando tô com umas cervejas a mais na cabeça e ele, definitivamente, era uma carta fora do baralho. Ele é feio, não se joga pra dançar e nem sequer canta um sertanejo desesperado. Ele não acompanharia meu ritmo.
Mas eu passei... e ele olhou! Fez um comentário com um amigo e eu fingi que nem ouvi. Eu não dou moral pros que não estão no baralho.

E o tempo passou... Eu comecei a ver ele mais vezes, trocávamos algumas palavras de vez em quando e, um dia, me surpreendendo lá de longe, ele fez um coração com a mão (daqueles que a gente faz meio que no ar, sabe?). E eu só achei graça. Afinal, ele continuava sendo o feio sem atrativos. E o tempo, que só existe pra passar, me abordou um pouco lá na frente com frases bonitinhas ao meu respeito. Com um jeito de impressionar diferente do convencional. E eu seguia disfarçando o que já estava quase escapando de mim. Continuava sendo a maluca que samba no meio do povo e abraça a galera no auge da felicidade etílica. E ele, como tinha que ser, continuava sendo o analisador, o que interage com os amigos de forma mais comedida, mais madura, mais centrada, mais linda... e, taí: eu me ferrei!

O "oi" de longe evoluiu prum abraço apertado de "feliz aniversário" que, em poucos minutos, se transformou num beijo na boca digno de cinema. Era uma festa como as outras mas, dessa vez, ele estava mais interessante. Eu gostava dele ali me olhando enquanto eu permitia minha loucura tomar conta dos meus pés e braços no meio de uma música alucinada e deliciosa. Ele era o feio mais lindo do lugar. Um homem de verdade, seguro, educado, na dele. E, quem diria, eu me perdi naquela simplicidade de ser e existir.
Porque os detalhes dele eram o que me impressionavam mais. O desinteresse pelas coisas dos outros, o jeitão "eu sou mais eu" dele andar, aquele sorriso pela metade pra agradar uma piada.
Eu nem sei dizer se isso é paixão, se é amor, se é só uma palhaçada dessas que eu costumo inventar de vez em quando na minha vida... Acontece que veio outra festa, e a minha cabeça já estava acostumada com o ombro dele... e a música já não fazia nenhuma diferença pra mim.

4 comentários:

  1. Entrei nesse blogger sem querer e fiquei louca quando li esse post, ja aconteceu exatamente igual comigo! parece que vc escreveu pra mim. mtoo bom.

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  2. Sou amiga da Mariana que deixou comentário pra você. Ela me passou o link pra ler esse seu texto e achei DEMAIS DE BOM! Tem muito a ver com umas coisas aí rsrsrs

    "Porque os detalhes dele eram o que me impressionavam mais. O desinteresse pelas coisas dos outros, o jeitão "eu sou mais eu" dele andar, aquele sorriso pela metade pra agradar uma piada."

    PERFEITOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!! Tá de parabéns!

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